
Irmã de LHO assume a presidência interina do Mogi
Crédito da foto principal: Marcelo Gotti/Mogi Mirim EC
Rosane Lúcia de Araújo entrou para uma seleta lista. Esta entre as pessoas que alcançaram a presidência do Mogi Mirim Esporte Clube. O pioneiro foi João Pereira do Nascimento que, em outubro de 1903, liderou a formação de uma das primeiras agremiações esportivas do estado de São Paulo. O Mogy-mirim Sport Club. Sim, a grafia era diferente, mas ali, há pouco mais de 115 anos, nascia o Sapão que hoje está surrado, excluído das atividades profissionais após um processo de destruição que teve início há anos.
Além da ausência na sala de reuniões em que ocorreu o Conselho Arbitral da Segunda Divisão do Paulista, o Mogi vive uma ebulição política. Nos últimos dias, os advogados que processam o presidente Luiz Henrique de Oliveira receberam a informação de que ele foi afastado da função pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol). A reportagem entrou em contato com a entidade, através de sua assessoria de imprensa, mas, ainda não obteve retorno sobre o tema. O mesmo vale para a Federação Paulista de Futebol. Portanto, não há informações ainda precisar se o afastamento ocorreu em processo interno da CBF, que tem poder para tal decisão, por exemplo, ao invocar o Código de Ética do Futebol Brasileiro.
Esta é a versão com maior probabilidade, mas, não há, neste momento, como cravar o que levou ao afastamento do presidente. Vale lembrar que, em 2015, por exemplo, Oliveira chegou a ser afastado pelo Conselho Deliberativo do clube, que ainda contava, na época, com seus antigos sócios e hoje opositores, como Victor Manuel Simões e Nélio Coelho. O afastamento chegou a ser mantido pela Justiça, mas, caiu na sequência. Em 2017, Oliveira também foi afastado do cargo após suspensão imposta pela CBF em julgamento do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). O caso era relativo ao W.O do Sapo diante do Ypiranga-RS, pela Série C do Brasileiro e Vantuires Pinto de Oliveira, então vice-presidente, assumiu a presidência de forma interina na época. O afastamento não durou muito.
Importante frisar que um grupo que faz oposição a LHO tenta, há anos, a destituição do dirigente. Há em tramitação na 4ª Vara Cível da Justiça local um processo que acusa Oliveira de prática abusiva no comando do clube. O processo tem, entre as representantes jurídicas do grupo opositor, a renomada advogada esportiva, Gislaine Nunes. Há também representações enviadas por representantes do grupo, como o advogado Ernani Luiz Donatti Gragnanello, a órgãos como o Ministério Público Federal. Em uma delas, entregue na sede da Comissão de Ética do Futebol Brasileiro em 8 de janeiro de 2018, os advogados pedem que sejam apuradas denúncias de irregularidades na gestão de Oliveira à frente do Mogi Mirim. As denúncias foram recebidas pelo presidente da Comissão, Carlos Renato de Azevedo Ferreira.

E AGORA?
Em seu site oficial, a Federação Paulista não apresenta mais Oliveira como presidente. Quem aparece na função, no espaço destinado ao Mogi Mirim EC, é Rosane Lúcia de Araújo. Porém, com ênfase no fato de ser ‘presidente em exerício’, diferentemente de dirigentes de outros clubes, que são identificados apenas como ‘presidente’. Mas, afinal, quem é ela?!
Rosane é irmã de Luiz Henrique de Oliveira. Assumiu a função em assembleia geral ordinária realizada em novembro de 2017, em que a chapa ‘Mogi de Coração’ foi eleita por aclamação para o biênio 2018/2019. A assembleia é contestada por opositores, que mantém ações na Justiça local para destituir a diretoria que comanda o clube desde 2015 e soma cinco rebaixamentos, a saída das competições nacionais e uma inédita ausência da temporada profissional em 50 anos.
Rosane substituiu Vantuires Pinto de Oliveira, que é casado com uma das primas dos ‘Irmãos Oliveira’. Residente em Guarulhos (SP), assim como praticamente toda a família de LHO, Rosane é filha de Levi Rodrigues de Oliveira e Marlene Curcio de Oliveira. Na ata registrada pela diretoria, no começo de 2018, Rosane é identificada como uma das integrantes da mesa diretora que conduziu a eleição. Em foto publicada pelo assessor de imprensa da época, Marcelo Gotti, ela aparece em um dos cantos, ao lado de Luiz Henrique. A outra integrante da mesa, que também aparece na imagem, é Roberta Ediones Demasquio Pinheiro, advogada do clube em diversas casos ocorridos desde 2015.
Além de ter sido eleita vice-presidente em 2017, dois anos antes, na assembleia que elegeu a diretoria executiva para o biênio 2016/2017, Rosane foi eleita como membro titular do Conselho Fiscal. Além dela, também estava no COF seu filho, Bruno de Oliveira Barreto e a nora, Elaine Cristina Brandão Terence. Bruno, durante muito tempo, trabalhou no dia a dia do clube, juntamente com os primos, Diego e Felipe Santos de Oliveira, filhos de Luiz Henrique.
Rosane ainda aparece em diversas súmulas de partidas disputadas pelo Mogi Mirim durante a gestão de seu irmão. Diferente do que é praticado habitualmente, o Sapo pagou, por diversas vezes, os membros da arbitragem com cheques. Rosane aparece como titular da conta, que estava relacionada à agência 1622 do Banco Itaú, situada na Vila Barros, em Guarulhos, cidade de origem da gigante maioria dos membros da atual diretoria do clube.
